A Utopia do amanhã?
Qual
é o nosso poder de fato? O que tem mobilizado a juventude hoje,
organizada ou não? Em torno de que a gente tem se mobilizado?
Como diz Ferreira Gular: “No mundo há muitas armadilhas e é preciso quebrá-las...”
Como quebrá-las?
O pensar põe em risco todas as coisas... O “autonomizar” coloca em risco certas estruturas, muitas já cristalizadas.
Ao
olharmos para o termo protagonismo juvenil e sua defesa... Não é como
estar encenando uma história já contada? Protagonizando cenas já
definidas? É uma ilusão de poder fazer da juventude?
Quem determina a história?
O
mundo, atualmente, é determinado pelo poder da economia? Francisco de
Oliveira afirma, “a política foi colonizada pela economia”. Quem domina
são os números?
Pode se dizer que o desafio de transformação perpassa uma questão estrutural ou conjuntural da nossa sociedade?
O Estado se apropriou do sujeito político? Só votamos e pedimos por ou à?
Como mudar as regras do jogo?
Silvio Galo nos trás algumas luzes:
- Autonomia individual: todo ser é uma célula integrante nos processos coletivos. “todo coração é uma célula revolucionária”.
- Autogestão social: relações horizontais, processos de decisões com “menos” hierarquias.
- Ação direta: nós construímos a própria vida.
- Internacionalismo: necessidade dos movimentos se integrarem. Uma visão integral e sem barreiras, para o fortalecimento das ações e lutas dos movimentos.
Como
buscar outros referenciais de formas de se relacionar? Precisamos rever
constantemente o que estamos fazendo. A nossa estrutura está doente.
É
normal nos depararmos com as vulgarizações de conceitos importantes
para a nossa sociedade, como: autonomia, emancipação, participação e
mobilização. O texto, Protagonismo da sociedade civil, de Gonh, trás
importantes provocações. Convida-nos a refletir: Para que autonomia?;
Para que participação?; Para que emancipação? Para que mobilização? Ou
seja, De que forma agiremos? Qual será a nossa postura? Com quem nos
relacionaremos? E como serão essas relações?
Existe a formal ideal? Temos poder de fato para concretizar as mudanças desejadas? Ou continuaremos pedindo?
Até que ponto estamos sendo atores sociais?
Como se relacionar com o poder? Disputar o poder pelo poder é o caminho?
As
Políticas Públicas de Juventude vem sendo discutida desde a década de
90, como exemplo temos a PJMP. Uma demanda anterior as discussões do
Estado, para a construção do marco legal das PPJs.
Atualmente
os órgãos e espaços liderados pelo governo estão se perdendo em brigas
de forças políticas partidárias. Qual é o real projeto de transformação
social que estes estão desenhando? A sociedade civil realmente está
influenciando ou só protagonizando? Como podemos intervir diretamente
nas PPJ?
Como
estamos nos relacionando com o poder e a força? Qual é o nosso projeto?
Sentimos-nos força, para propor mudanças substanciais nas nossas vidas?
Qual
é a forma de participação que devemos adotar? Como não se perder em
discussões superficiais? Precisamos entender melhor o funcionamento das
estruturas.
Onde
está o diálogo? Onde ele está acontecendo? Por que as pessoas não se
organizam para dialogar?Como estamos nos relacionando com as outras
pessoas? Estamos abertos a ouvir? Como fazer para encontrarmos um ponto
em comum?
O que
veio primeiro? A apatia e o desinteresse que acarretou a criação dessa
estrutura ou esta estrutura criaram a apatia e o desinteresse?
Como não se deixar consumir pelo imediatismo do dia a dia e a visão linear da história, o fazer aqui para chegar ali?
Como podemos mudar a realidade do hoje?
Muitas
das perguntas não iremos encontrar a resposta de um dia para o outro.
No entanto, é importante mantermos a consciência alerta, para estarmos
nos auto-avaliando constantemente, as nossas posturas, ações, escolhas
por certos caminhos, o agir coletivo, etc.
Até
onde estamos indo? Como estamos nos programando? Qual é o nosso sentido
nesse processo?Qual é o meu sentido individual nesse processo? O que me
faz estar aqui? O que tudo isso tem haver com a minha história de vida e
com o coletivo? Quais são os nossos sentidos? O que nos move?